São Paulo – O Brasil encerrou mais uma semana útil com média de mortos acima de mil por dia pela covid-19, doença provocada pelo novo coronavírus. Nas últimas 24 horas, foram registradas mais 1.290 mortos. Já são 63.174 vidas ceifadas pelo vírus.
Já o número de infectados desde o início da pandemia, em março, é de 1.539.081, com acréscimo de 42.223 no último período. As informações são do Conselho Nacional de Secretários de Saúde, o Conass, em boletim divulgado no início da noite desta sexta (3).
A pandemia no Brasil segue descontrolada, com certa estabilidade na média diária de mortes, porém em patamares altos. Por outro lado, o número de casos segue em crescimento, sem contar a subnotificação, denunciada pela comunidade cientifica e admitido até por autoridades sanitárias do governo. Os números atuais mostram que a pandemia está longe de iniciar a fase de recuo, apontam especialistas.
Sem ações
Segundo pesquisadores, caso medidas sérias de monitoramento e controle da disseminação do vírus, além de um isolamento social rigoroso, tivessem sido tomadas, o Brasil poderia estar saindo da primeira onda da pandemia e com um número muito menor de mortos. É o que defende o epidemiologista e divulgador científico Atila Iamarino.
Atila também critica a reabertura precoce do comércio, sem controle da pandemia. Para ele, as aglomerações fazem com que o vírus siga um caminho inevitável. “Em um ambiente com muita aglomeração e ninguém protegido, a covid-19 infectaria 70% a 90% das pessoas antes de parar. Quanto menor a densidade e mais gente protegida, menor precisa ser esse número”, disse.
Epicentro
A Organização Mundial da Saúde (OMS) alerta que o Brasil é o epicentro global do novo coronavírus. Sozinho, o país tem mais infectados e mortos do que todos os demais países da América Latina somados. No cenário global, o Brasil mostra números inferiores apenas aos dos Estados Unidos.
Levantamento do veículo norte-americano CNN mostra que justamente Brasil e Estados Unidos já mostram resultados negativos pelo relaxamento precoce das medidas de isolamento. Os países não realizaram medidas de isolamento o suficiente para retornar ao normal. O resultado é a aceleração do contágio, evidenciada pela curva epidemiológica dos dois países.
Em países que trataram a pandemia de forma mais séria, os resultados são diferentes. Na Europa, países que começam a reabrir, como Espanha e Alemanha, não têm resultado tão desastroso. Isso porque a reabertura só veio após a queda consistente no número de mortos e infectados. Algo longe de acontecer no Brasil. Ao contrário, ontem (2) foram mais de 48 mil casos em 24 horas, segunda maior marca desde o início do surto.
Rede Brasil Atual