Um servidor público de 37 anos foi preso em Pontalina, a 127 km de Goiânia, sob suspeita de transmitir HIV a parceiras sem alertá-las de que era portador do vírus. Oito mulheres disseram em depoimento à Polícia Civil de Goiás terem sido vítimas dele.
Segundo a investigação, três delas apresentaram exames com resultado positivo para HIV.
Ao ser preso, segundo a polícia, o suspeito afirmou que soube apenas no último mês que era soropositivo e negou que tivesse transmitido o vírus propositalmente. Até a tarde da última terça-feira (22), ele ainda não tinha advogado. A reportagem não conseguiu ouvi-lo.
De acordo com a investigação, uma vítima disse que, no ano passado, questionou o servidor sobre o diagnóstico de HIV e ele teria confirmado que havia contraído o vírus.
A polícia suspeita que ele sabia ser soropositivo desde 2020, já que teria se relacionado antes com uma pessoa portadora de HIV sem uso de preservativo.
“Esse indivíduo mantinha relações sexuais com essas mulheres sem uso de preservativo e deliberadamente transmitia o vírus”, disse o delegado Leylton Benedicto Arruda Barros.
Segundo a Polícia Civil, desde que terminou o relacionamento com a pessoa portadora do vírus, o servidor continuou sua vida sexual normalmente.
Ainda de acordo com o delegado, as mulheres começaram a procurar a polícia há duas semanas. Ele disse que a primeira a ir à delegacia teve relacionamento amoroso com o suspeito e, logo depois do término da relação, decidiu fazer o exame de HIV assim que foi alertada por pessoas da cidade sobre o risco de manter relação sexual com o ex sem proteção.
Assim que souberam do primeiro boletim de ocorrência, outras mulheres foram à delegacia. Elas foram ouvidas, separadamente, em sigilo e dias e horários diferentes para que não houvesse exposição.
O servidor, até o momento, responde a inquérito por lesão corporal gravíssima. Segundo a polícia, ele é divorciado e tem um filho.
A polícia apreendeu o celular que ele utilizava para realizar análise pericial no aparelho. A investigação aguarda o resultado de novos exames laboratoriais de outras mulheres para concluir o inquérito.
por Cleomar Almeida | Folhapress