A investida foi confirmada por fontes do serviço de inteligência norte-americano ao canal de notícias CNN Internacional e pelo primeiro ministro da Lituânia, Arturs Krišjānis Kariņš, nesta quarta-feira (23/2).
As tropas russas estariam se movendo para a região de Donetsk e Lugansk, que o presidente russo, Vladmir Putin (foto em destaque), reconheceu na segunda-feira (21/2) como repúblicas independentes. A decisão foi entendida como uma ameaça pela comunidade internacional.
“De acordo com as informações à minha disposição, Putin está movendo forças e tanques adicionais para os territórios ocupados de Donbas”, garantiu o primeiro-ministro da Letônia à TV norte-americana.
Arturs considerou a medida arriscada. “Por qualquer definição, isso é uma travessia de um território soberano para um país vizinho”, resumiu.
Segundo a apuração da CNN Internacional, outras duas fontes confirmaram que tropas russas de fato cruzaram a fronteira para a região separatista.
“A Rússia mobilizou de um a dois grupos táticos de batalhão, a principal formação de combate da Rússia, cada um com uma média de cerca de 800 soldados, de acordo com um alto funcionário dos EUA”, diz a reportagem.
Comunidade internacional em alerta
Nesta quarta, a assembleia geral da Organização das Nações Unidas (ONU) foi tomada por discursos contra o conflito. Representantes da Rússia, Ucrânia, Estados Unidos, além do secretário-geral da entidade, António Guterres, falaram sobre o tema.
Na segunda-feira (21/2), o presidente russo, Vladimir Putin, reconheceu as regiões separatistas como repúblicas independentes. A decisão foi vista como uma ameaça.
Com isso, nessa terça-feira (22/2), países como Estados Unidos, Alemanha, França e Reino Unido anunciaram sanções econômicas ao governo russo para isolar Putin.
A Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) e a União Europeia fizeram alertas para o risco de uma invasão russa ao território ucraniano. Os europeus fecharam as fronteiras para políticos russos.
Crise em escalada
A Rússia e a Ucrânia vivem um embate por causa da possível adesão ucraniana à Otan, entidade militar liderada pelos Estados Unidos.
Na prática, Moscou vê essa possível adesão como uma ameaça à sua segurança. Os laços entre Rússia, Belarus e Ucrânia existiam desde antes da criação da União Soviética (1922-1991).
Nos últimos dias, a crise aumentou. A Rússia enviou soldados para a fronteira com a Ucrânia, reconheceu duas regiões separatistas ucranianas como repúblicas independentes e tem intensificado as atividades militares. A Rússia invadiu a Ucrânia em 2014, quando anexou a Crimeia ao seu território.
A Ucrânia pediu mais armas aos países do Ocidente, sob o argumento de defesa contra a Rússia. Além disso, convocou militares reservistas e liberou porte de armas a civis.
Putin, por sua vez, acusa os ucranianos de desenvolverem armas nucleares, o que colocaria a segurança de Moscou em risco.