O prefeito Bruno Reis inaugurou nesta quinta-feira (7), no Campo Grande, a Sala de Imprensa do Carnaval de Salvador, que homenageia este ano o jornalista e escritor soteropolitano José de Jesus Barreto, conhecido como Barretinho. Além do chefe do Executivo municipal e do homenageado, estiveram presentes a secretária de Comunicação, Renata Vidal, e titulares de várias outras pastas, além de profissionais de imprensa.
Além da sala localizada no Campo Grande, que funciona para dar apoio aos jornalistas que cobrem a folia, também haverá um espaço para os profissionais de imprensa no Cine Glauber Rocha, na Praça Castro Alves.
“Depois de Renata e nossa equipe escolherem Barretinho para emprestar o nome a essa sala, temos a certeza que foi uma decisão acertadíssima. Pelo carinho e pela admiração de todos os profissionais da imprensa por você, Barretinho, alguém em quem a turma mais jovem pode se espelhar. Você é um orgulho para todos nós, graças a Deus estamos prestando essa homenagem em vida”, afirmou o prefeito, ao destacar a atuação do jornalista como subsecretário de Comunicação da Prefeitura de Salvador na gestão do então prefeito Antônio Imbassahy, principalmente durante o Carnaval.
Em seu discurso, o homenageado também lembrou o período em que trabalhou na Secretaria de Comunicação (Secom), na época chefiada pelo jornalista Tasso Franco.
“Pegamos a virada do século e fizemos uma transformação muito grande, de um Carnaval analógico, muito restrito a Salvador e à Bahia, para um Carnaval online. Isso nos orgulha muito. Eu sou o homenageado, mas na verdade, a gente não faz nada sozinho”, pontuou Barreto. Durante sua passagem pela gestão municipal, foram mobilizados veículos de 43 países para a cobertura da maior festa de rua do mundo.
Bruno reiterou que, historicamente, a estratégia de comunicação da cidade está associada a grandes eventos, em especial o Carnaval, que representa muito mais do que uma festa para a capital baiana, com grande impacto econômico, gerando emprego e renda. Este ano, a estimativa é de R$ 2 bilhões movimentados na economia soteropolitana durante o período, além da criação de 250 mil empregos diretos e indiretos.
“Tem uma coisa que a gente sempre diz que talvez seja o maior benefício do Carnaval, que é projetar nossa cidade esses dias para todo o mundo”, acrescentou o prefeito, ao apontar que a imprensa tem um papel fundamental no processo.
“Nesses próximos dias, vocês têm uma verdadeira missão. Todos têm um trabalho fundamental na divulgação e promoção da cidade. É muito complexo organizar um Carnaval como esse. Todo mundo está nas ruas. O nosso trabalho, somado ao da imprensa, vai permitir fazer o maior do Maior Carnaval de todos os tempos. Melhor, não precisa nem falar”, disse Bruno.
A secretária de Comunicação, Renata Vidal, destacou a importância da Sala de Imprensa para o Carnaval e elogiou o trabalho dos profissionais na cobertura da festa. “De nada adianta a gente fazer a maior festa popular do planeta se não tivéssemos estrutura para quem está cobrindo, levando cada detalhe do Carnaval para Salvador, a Bahia, o Brasil e o mundo”, disse a titular da Secom.
Ela também apontou os laços construídos por Barreto durante toda a vida profissional. “Bom currículo muita gente tem. Mas uma coisa que poucas pessoas têm é o carinho, o respeito dos colegas, como Barretinho tem. Isso não tem preço. Essa admiração, esse amor das pessoas, todas dizendo das boas recordações, que aprenderam muito com você, Barretinho”, afirmou a secretária.
O prefeito também ressaltou a ligação de Barreto com a cultura baiana como outro motivo para a homenagem este ano no Carnaval. “Estamos homenageando os blocos Afro, que tiveram remissão de débitos, isenção de todas as taxas para desfilar, apoiamos diretamente em patrocínio, contratação. Fizemos um conjunto de investimentos para que os blocos tenham um protagonismo que nunca tiveram antes. No Carnaval, quando vamos ser a cidade mais falada do mundo, o que vai estar em evidência é a força do povo negro”, disse o gestor municipal.
Nos últimos anos, Barreto tem se dedicado à literatura. É autor dos livros da trilogia Entre Amigos, dedicada a Carybé e Pierre Verger e à relação deles com a obra de outros artistas, como Jorge Amado e Dorival Caymmi. Também publicou duas edições sobre a vida de Mestre Pastinha, criador da Capoeira de Angola, e os livros “Candomblé da Bahia – Resistência e Identidade de um Povo de Fé” e “Cacimbo – Uma experiência em Angola”.
Perfil – Formado em Ciências Sociais pela Universidade Federal da Bahia (Ufba), José Barreto teve como escola no jornalismo a redação da Tribuna da Bahia, no início dos anos 70. Concursado, foi um dos fundadores, em 1971, do Instituto de Radiodifusão Educativa da Bahia (Irdeb), onde trabalhou com rádio e TV.
Em 1997, foi convidado pelo jornalista Tasso Franco, então secretário, para ser o seu subsecretário de Comunicação (Secom) da Prefeitura de Salvador, onde permaneceu durante toda a gestão do prefeito Antônio Imbassahy, até 2004. Ou seja, justamente num momento em que o Carnaval mudou de patamar: era o auge do Axé Music, com dezenas de artistas baianos entre os mais ouvidos do país. E, ao mesmo tempo, o jornalismo vivia uma fase de transformação, provocada pela era digital.
Reportagem: Rodrigo Aguiar/ Secom PMS