Em Vespasiano, município localizado em Minas Gerais, uma professora de uma creche municipal foi afastada de suas funções pela Secretaria de Educação após a denúncia de que teria dificultado a respiração de um aluno autista de 5 anos. A mãe da criança, identificada como Fabi Souza, de 42 anos, relata que seu filho tem demonstrado um comportamento preocupante desde o incidente, falando constantemente sobre morte.
A suspeita surgiu quando, em um momento de brincadeira com o pai, na terça-feira (23), o pequeno Pedro afirmou que não queria que tocassem em seu nariz, pois ficaria sem ar e morreria. A partir dessa afirmação, a mãe decidiu investigar se seu filho havia passado por alguma situação de violência.
Segundo o relato da criança, a “tia da escola” teria dito que ele “estava gritando como um papagaio” e, em seguida, teria tampado sua boca e nariz. Fabi conta que, durante uma reunião com a professora na creche municipal Elizabete Conceição Almeida Patrocínio, o marido confirmou que a educadora admitiu ter prendido a respiração do menino cerca de um mês atrás, com o intuito de mostrar como é ruim a sensação de “morte”. Após a ação, a professora teria beijado o rosto da criança.
A diretora da escola não se manifestou, mas a Secretaria de Educação divulgou uma nota afirmando sua solidariedade ao aluno possivelmente agredido e informando que a servidora foi afastada de suas atividades com alunos. Além disso, foi instaurado um processo administrativo que pode resultar na demissão da professora. A Secretaria também ofereceu à família a possibilidade de transferir a criança para outra escola e disponibilizou acompanhamento psicológico, caso os pais considerem necessário.
Até o momento da redação desta reportagem, os pais de Pedro não haviam registrado um boletim de ocorrência. Vale ressaltar que a creche em questão não possui câmeras de vigilância. Renata Tibiriça, defensora pública dos Direitos da Pessoa com Deficiência do Estado de São Paulo, explica que a Lei Brasileira de Inclusão considera qualquer ação ou omissão que cause sofrimento físico ou psicológico como violência. Ela enfatiza que é responsabilidade da Secretaria de Educação agilizar a transferência do aluno para garantir sua segurança contra qualquer forma de violência. Tibiriça destaca ainda a importância de investir na formação de professores para que saibam lidar com pessoas com deficiência, ressaltando os desafios enfrentados nas escolas nesse aspecto.