O governo do Ceará afastou temporariamente 167 policiais militares, neste sábado (22), acusados se participarem do motim da PM no estado.
A decisão prevê suspensão de 120 dias e abertura de processos disciplinares e foi publicada no Diário Oficial do Estado na sexta-feira (21). Os agentes devem entregar as armas, algemas, distintivo e outros elementos utilizados para servir o Estado. Os afastados já não serão considerados na folha de pagamento desse mês de fevereiro.
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O Ceará já registra 88 mortes desde o início do motim da Polícia Militar no Estado, de acordo com informações da Secretaria de Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS). Só nas últimas 24 horas foram 37 assassinatos, a maioria deles na Grande Fortaleza.
O motim teve início na última terça-feira (18). Pelo menos 7 dos 43 batalhões do Estado seguem ocupados por encapuzados.
Exército nas ruas
Agentes da segurança nacional foram enviados a capital cearense na quinta-feira (20), após o senador Cid Gomes ser alvejado por dois tiros no peito ao tentar avançar com uma escavadeira contra o bloqueio de policiais amotinados, em Sobral.
Os ministros Sérgio Moro, Justiça e Segurança Pública, Fernando Azevedo da Silva, Defesa, André Mendonça, Advocacia-Geral da União, anunciaram que irão a Fortaleza na segunda-feira (24) para acompanhar o andamento da Garantia da Lei e da Ordem (GLO), em vigor desde a quinta-feira (20). Os três vão se encontrar com o governador Camilo Santana (PT) e participarão de uma apresentação das atividades das Forças Armadas no estado. A GLO permanecerá em vigor até a próxima sexta-feira (28).
Os policiais e bombeiros militares do Ceará reivindicam aumento salarial. O carnaval foi cancelado na maioria das cidades devido a paralisação dos PMs e ao clima de instabilidade e insegurança.
Brasil de Fato
Edição: Camila Salmazio