Uma nova onda de drogas sintéticas está causando grande preocupação em São Paulo. Feitas a partir de canabidioides, essas drogas são 100 vezes mais potentes do que a maconha e estão destruindo a vida de crianças e adolescentes nas ruas da cidade. Conhecidas como K2, K4, K9 e spice, essas substâncias estão causando um surto que pode ser ainda mais grave do que o do crack, segundo autoridades.
“É absolutamente estarrecedor. A realidade é que uma tempestade de drogas sintéticas se aproxima”, declarou o promotor Tiago Dutra Fonseca, que integra o Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado do Ministério Público de São Paulo.
As drogas sintéticas representavam apenas 5% das apreensões em São Paulo até pouco tempo atrás, mas agora já correspondem a 15% das drogas apreendidas. Só este ano, já foram registrados 216 casos de intoxicação exógena causada por essas drogas na cidade, o dobro do ano passado.
Um dos tipos de drogas sintéticas, a K9, pode ter um “efeito zumbi” nos usuários. Por ser sintética, ela é cem vezes mais potente do que a maconha natural e afeta o cérebro de forma diferente. Os usuários podem apresentar ansiedade, agitação, náuseas, vômitos, hipertensão arterial, convulsões, alucinações, pânico, incapacidade de comunicação e paranoia, além de agir com violência.
K9, a droga que faz o usuário parecer um zumbi
A K9, também conhecida como supermaconha, é uma mistura de produtos químicos industriais com moléculas sintéticas de THC, o principal psicoativo presente nas plantas do gênero cannabis, de acordo com a Internacional Police Association. Os efeitos vão desde relaxamento até vômitos, ansiedade extrema, psicose e pensamentos suicidas, segundo o Instituto Nacional de Abuso de Drogas dos Estados Unidos (NIDA, na sigla em inglês).
As autoridades policiais estão em alerta para combater o tráfico dessas drogas. Em São Paulo, a Polícia Militar apreendeu 30 quilos do entorpecente em Ferraz de Vasconcelos e mais 300 porções no centro da capital. Em 2022, o número de apreensões da droga cresceu 600% em relação ao ano anterior, de acordo com dados do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco).
Enquanto isso, coordenadores de projetos sociais que apoiam essas crianças alertam que muitas delas são invisíveis durante a vida e depois da morte. “A gente só sabe quando as famílias entram em contato ou a notícia corre entre as próprias crianças que a gente atende”, declarou Vania Coutinho, coordenadora de um projeto social de apoio a essas crianças. A situação é alarmante e exige ações urgentes das autoridades para proteger a população, especialmente os jovens vulneráveis a essas substâncias devastadoras.
Com informações do Diário SM e Band Jornalismo