Após despertar do coma e denunciar uma tentativa de homicídio, uma mulher em Franca, SP, obteve justiça. O delegado Márcio M., da Delegacia de Investigações Gerais (DIG) local, afirmou que o relato da vítima foi crucial para que a polícia solicitasse a prisão do marido à Justiça.
Dara C. de A. R., de 27 anos, foi atacada dentro de sua residência pelo companheiro em 26 de maio, após uma discussão. Na ocasião, o suspeito alegou à polícia que a esposa havia se queimado acidentalmente com álcool enquanto lavava roupas.
Segundo a investigação, o homem afirmou ter estado no banheiro quando ouviu os gritos da mulher e tentou socorrê-la. Ele também disse ter pedido ajuda aos vizinhos, acionando uma equipe do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) para o resgate. Inconsciente, Dara foi inicialmente levada à Santa Casa de Franca e posteriormente transferida para o Hospital das Clínicas (HC) em São Paulo, onde permaneceu sedada e intubada até recentemente devido à gravidade de seu estado de saúde.
De acordo com o Delegado Marcelo M., as declarações de parentes, familiares, vizinhos e, mais importante, um vídeo gravado pela mãe de Dara, desempenharam um papel fundamental no inquérito policial. Nele, apesar dos ferimentos graves pelo corpo, Dara aponta seu companheiro como o responsável pelas lesões que sofreu. Ela alega que ele jogou álcool em seu corpo e ateou fogo.
A Justiça determinou a prisão preventiva do suspeito, mas ele ainda não foi localizado pelas autoridades.
No vídeo registrado no hospital, Dara exibe um rosto gravemente ferido pelas queimaduras. Além disso, ela apresenta ferimentos nas mãos, tórax e pernas.
“O que estou passando é resultado dele, resultado de seu machismo. Ele também me agrediu. Eu só quero vê-lo preso, só isso. Estou sofrendo muito, só Deus sabe o quanto. Por favor, coloquem-no atrás das grades, é tudo o que eu quero, que ele pague pelo que fez comigo”, afirma Dara. No dia do crime, vizinhos relataram ter ouvido uma discussão entre o casal e pedidos de socorro vindos de dentro da residência.
“Aparentemente, a motivação seriam problemas de convivência, violência doméstica. Essa é a informação que conseguimos obter durante a investigação”, ressalta Marcelo M..
O boletim de ocorrência, inicialmente registrado como um acidente doméstico, foi alterado para tentativa de feminicídio. Agora, a justiça começa a trilhar seu caminho para buscar a punição adequada ao agressor.