A Prefeitura de Maceió anunciou, nesta quarta-feira (29), a decretação de situação de emergência devido ao iminente risco de colapso em uma mina da petroquímica Braskem, localizada na Lagoa Mundaú, bairro do Mutange. A medida foi tomada após cinco abalos sísmicos registrados na área durante o mês de novembro, elevando a preocupação com a possibilidade de grandes crateras na região.
A Defesa Civil municipal informou que a área está desocupada, mas por precaução, recomenda que embarcações e a população evitem transitar no local até uma nova atualização. O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, solicitou prontidão da Defesa Civil Nacional para acompanhar a situação, enfatizando as graves consequências da exploração das minas pela Braskem.
A Defesa Civil de Alagoas alertou para o efeito cascata que uma ruptura na mina pode provocar em outras áreas, afetando serviços essenciais como abastecimento de água, fornecimento de energia e gás em grande parte da cidade. O governador Paulo Dantas anunciou a chegada de equipes da Defesa Civil Nacional e do Sistema Geológico Brasileiro para avaliar a situação.
Em resposta, a Braskem afirmou que seu sistema de monitoramento detectou microssismos e movimentações atípicas, resultando na paralisação das atividades de preenchimento de poços e no isolamento preventivo da área. A empresa ressalta que está tomando todas as medidas para minimizar possíveis impactos, mantendo o acompanhamento contínuo dos dados de monitoramento compartilhados com as autoridades.
As minas da Braskem em Maceió, abertas pela extração de sal-gema, estão sendo fechadas desde 2019 devido ao afundamento do solo na região. O caso ficou conhecido após tremores de terra em 2018, causando danos em bairros como Pinheiro, Mutange e Bebedouro. O Ministério Público Federal acompanha o caso desde então, e em julho deste ano, a prefeitura fechou um acordo de indenização de R$ 1,7 bilhão com a Braskem em razão dos danos causados.