A guerra entre Rússia e Ucrânia está impactando diversos setores da economia em todo o mundo. Dessa vez, o pãozinho é um dos itens que vai sofrer reajustes nas próximas semanas nas padarias do Ceará.
Segundo o Sindicato das Indústrias de Panificação e Confeitaria no Estado (Sindpan), o custo de produtos à base de trigo subirá de 10% a 15% nos estabelecimentos até o fim deste mês.
Com isso, o preço médio do quilo do pão francês, por exemplo, passará de R$ 15 para R$ 17,25, totalizando alta de R$ 2,25 o quilo. No melhor cenário, o acréscimo seria de R$ 1,50.
A majoração é consequência do acirramento da crise geopolítica após a invasão russa à Ucrânia, no último 24 de fevereiro. Ambos os países são produtores de trigo, sendo a Rússia o maior exportador do mundo. Além disso, o conflito no leste europeu pressiona a inflação brasileira.
TRIGO IMPORTADO
Segundo o presidente do Sindpan, Ângelo Nunes, as padarias ainda não repassarão as elevações no começo deste mês.
“O Brasil não importa muito trigo da Rússia, compramos mais da Argentina. No entanto, é aguardado um aumento das commodities em geral, que vai gerar um reajuste de 10% a 15% nos produtos derivados do trigo”, afirma.
“Porém, como está tudo muito recente, ainda não chegou nenhum aumento ao Ceará. Alguns moinhos já repassaram a tabela nova, mas estávamos negociando”, explica.
O vice-presidente do Sindpan e presidente da Rede Pão, Alex Martins, pondera que as fábricas ainda estão com estoque anteriores. Por isso, ainda não houve repasse.
“A gente sabe que o trigo está garantido e não vamos ter falta no Brasil. A Argentina já garantiu”, diz, acrescentando que, mesmo descartando o risco de desabastecimento, outros impactos econômicos devido ao conflito irão recair sobre o custo do produto.
VALOR INALTERADO
Na padaria Costa Mendes, no Montese, em Fortaleza, por exemplo, o valor permanece inalterado, mas a previsão é que seja repassado ao consumidor conforme os reajustes dos fornecedores, informou o empreendimento.
Há três meses, o pão francês no Ceará já encareceu 7,5%. Além dos pães, biscoitos, macarrões e outros alimentos serão elevados em razão do trigo, que já sofreu a maior alta dos últimos 14 anos, na terça-feira (1º).