Um jovem negro de 17 anos, aluno do Colégio Estadual Guarda Mirim, que é cívico-militar, em Curitiba, Paraná, foi alvo de injúria racial por parte de uma professora, que não teve seu nome revelado. A docente chamou o aluno de “Saci”.
A vítima e sua mãe registraram boletim de ocorrência (BO) contra a professora. Conforme o rapaz, a ofensa ocorreu durante uma “inspeção de barba”, prática recorrente na escola.
“Eu cheguei do serviço e fui almoçar com meus colegas no colégio. Quando estava indo escovar os dentes, a professora passou fazendo inspeção da barba e me chamou de ‘Saci’ ao chamar minha atenção. Eu fiquei em choque”, afirmou o aluno, em entrevista ao Banda B.
A mãe do aluno, é claro, se revoltou quando soube do que havia ocorrido. “Acho isso injusto. O colégio é de renome e não esperava que isso pudesse acontecer lá dentro. Quero justiça. Era melhor que desse um tapa na minha cara do que tivesse ofendido meu filho”, desabafou.
Nota da Secretaria de Educação
A Secretaria da Educação e do Esporte (Seed) do Paraná divulgou uma nota com seu posicionamento:
“A Seed-PR tomou conhecimento da situação às 17h desta quinta-feira (30) e, em apuração do fato junto à direção do Colégio Estadual Guarda Mirim do Paraná, esclarece que:
Como todas as instituições de ensino (cívico militares ou não), Colégio Estadual Guarda Mirim do Paraná conta com regimento interno, no qual especificações a respeito da conduta social nas dependências do colégio estão dispostas. Uma delas diz respeito à preferência de os alunos da instituição frequentarem as aulas com barba e cabelos aparados. Tais especificações são regularmente repassadas pela equipe diretiva aos alunos.
Em revista de rotina, na última quarta-feira (29), a escola afirma que uma das professoras da instituição teria advertido, de maneira informal, um dos alunos a respeito da barba por fazer.
Sobre forma na qual tal advertência foi comunicada, o colégio afirma prezar pelo máximo respeito no tratamento com os estudantes e está apurando a situação junto ao corpo docente para melhores esclarecimentos da situação. A professora envolvida será remanejada para outra instituição até o término das apurações.
A Seed-PR reforça que as instituições de ensino do estado respeitam a individualidade, preferências e forma de expressão de seus alunos e que qualquer forma desrespeitosa, preconceituosa ou difamatória na comunicação da comunidade escolar é enfaticamente combatida em toda a rede”.