Uma cachorra de 6 anos, que comia bitucas de cigarro dadas pelos tutores, em Praia Grande, no litoral de São Paulo, morreu durante um tratamento contra uma série de problemas descobertos quando ela foi resgatada para ser colocada para adoção. A shih-tzu, que atendia pelo nome de Cacau, teve câncer de mama e danos no fígado, pâncreas e rins, além de sarna negra [lepra canina].
As informações foram passadas ao g1 por uma mulher que não quis ser identificada, mas que iria adotar Cacau assim que ela se recuperasse.
De acordo com ela, quando soube da situação da cadela, ela pediu para duas protetoras animais, Amanda Baltazar e Jaqueline Moreira, irem buscar o animal na casa dos tutores, no bairro Princesa. Amanda relatou à reportagem ter se deparado com uma ‘cena crítica’ ao chegar no imóvel.
Segundo a protetora, a cachorra estava em “um estado deplorável” e com aparentes problemas de pele. Ela conta que ficou perplexa mesmo com a afirmação dos tutores de que o animal comia bitucas de cigarros.
“A gente estava conversando e ela [a tutora] estava explicando a condição do cachorro, quando falou que a Cacau comia bituca de cigarro. Ficamos sem reação. Como queríamos tirar o animal daquela situação, não questionamos, por medo deles [os tutores] negarem entregar o cachorro”, disse.
Diante da situação, Amanda e Jaqueline resgataram a cachorra e a levaram imediatamente para uma clínica veterinária. No local, foram solicitados exames de sangue e ultrassonografia, que diagnosticaram vários problemas de saúde.
A clínica que solicitou e analisou os exames afirmou à reportagem que “haviam diversas alterações no estado clínico do animal, que podem sim ter surgido com as bitucas [ingeridas pelo animal], mas nada que aponte ao certo”, frisou.
Cachorra chamada de Cacau foi diagnosticada em Praia Grande (SP) com câncer, sarna negra e problemas em órgãos — Foto: PG no Grau
Amanda ressaltou que o custo do tratamento de Cacau seria alto e, por conta disso, levaram a cadela para ser tratada na ONG Viva Bicho, localizada em Santos, também no litoral paulista. No local, ela passou a ser ser chamada de Lisbela e apresentava boa resposta aos estímulos pela recuperação.
“Ela já veio com vários comprometimentos no fígado e tinha uma pancreatite [inflamação do pâncreas] severa, tudo por omissão de socorro. Foi tentado de tudo, mas foi irreversível. A gente tem todas as medicações, as mais modernas do mercado. Mas ela ficou muito tempo sem atendimento. Se tivessem procurado ajuda antes com certeza teriam regularizado a situação dela”, declarou a diretora de bem-estar animal da ONG, Leila Abreu.
Via G1.