As imagens da câmera de segurança do condomínio Celebration Garibaldi, local onde o dentista Lucas Maia de Oliveira, 36 anos, morava e também onde foi encontrado morto na tarde de sábado (25), no bairro do Rio Vermelho, flagraram o momento em que um homem deixa o prédio puxando uma mala e usando um casaco do dentista – reconhecido por amigos e familiares –, na madrugada de sexta-feira (24).
O primeiro vídeo, que tem duração de 24 segundos, mostra o suspeito andando tranquilamente pelo segundo pavimento de estacionamentos (G2) do condomínio enquanto arrasta uma mala, às 1h30. Ele aparece usando uma calça de cor cinza, um casaco preto com capuz e um tênis preto.
No segundo registro das filmagens, o suspeito é visto entrando no elevador à 1h36. De costas para as câmeras, localizadas à direita do equipamento de transporte, ele aperta um botão e depois confere o andar escolhido, ficando de cabeça baixa durante todo o tempo. No entanto, é possível ver de relance uma tatuagem na sua mão esquerda cujo desenho tem formato semelhante a um rosto.
Cerca de 30 segundos depois, as portas do elevador são abertas, mas o homem não sai. Em vez disso, escolhe um novo andar e aguarda o destino, saindo quando as portas se abrem novamente, aproximadamente 25 segundos depois. Segundo informações preliminares, ele ainda teria ficado 30 minutos no carro do dentista antes de deixar o condomínio. O carro foi localizado neste domingo.
Polícia analisa imagens e já ouviu depoimentos de familiares
A Polícia Civil da Bahia (PC-BA) já está em posse dos vídeos filmados pelas câmeras de segurança do condomínio onde o dentista Lucas Maia de Oliveira vivia. Além dos registros divulgados, outras filmagens que só os policiais tiveram acesso também registraram o suspeito caminhando com os objetos roubados da vítima. As imagens estão sendo tratadas e analisadas para apurar novas evidências.
O homem flagrado pelas câmeras de segurança do condomínio é considerado o principal e único suspeito do crime, que é investigado como latrocínio. Até a tarde deste domingo (26), apenas alguns amigos, familiares, vizinhos e a diarista foram ouvidos pela polícia.
Uma das pessoas que prestou depoimento foi o vizinho que ouviu um pedido de socorro vindo do apartamento de Lucas. Na ocasião, ele teria acionado o porteiro, que tentou contato com a vítima e foi até a porta de sua residência. Sem resposta, o porteiro ouviu um barulho de ventilador através da porta e acreditou que não era necessário chamar a polícia. Segundo a PC, ele foi intimado e também será ouvido.
Suspeito e vítima chegaram no mesmo carro no dia do crime
De acordo com informações obtidas pela reportagem, o suspeito e a vítima chegaram no condomínio Celebration Garibaldi no mesmo carro, por volta das 13h de quinta-feira (23). Até então, não se sabe se havia vínculo emocional entre eles. Informações preliminares da polícia também indicam que não há evidências de que os dois tenham se conhecido através de aplicativos de relacionamento.
O apartamento de Lucas foi encontrado revirado, indicando sinais de luta. No corpo da vítima, no entanto, essas evidências não puderam ser vistas em razão do avançado estado de decomposição. Lucas foi encontrado com os pés amarrados ao lado da cama, e seu corpo, que apresentava sinais de gigantismo, não tinha marcas de tiro estava coberto de pó de café.
O pó também foi espalhado por outros cômodos da casa. A substância teria sido utilizada para retardar e esconder o odor do corpo em decomposição. Policiais fizeram coletas de substâncias pelo imóvel e também tentaram achar digitais. Guias para remoção e perícia do corpo também foram expedidas, no sábado (25). Os laudos do Departamento de Polícia Técnica (DPT) devem esclarecer a causa da morte.
Correio da Bahia