‘Racismo nas Relações de Consumo’ foi o tema da palestra realizada na manhã desta segunda-feira (18), pelo Procon-BA (Superintendência de Proteção e Defesa do Consumidor), órgão da Secretaria de Justiça e Direitos Humanos (SJDH). A atividade, que reuniu várias turmas do curso de Direito do Centro Universitário Jorge Amado (Unijorge), celebrou o 20 de Novembro, Dia Nacional de Zumbi e da Consciência Negra.
O evento foi organizado pela Diretoria de Ações Educativas do Procon (DAE), com o objetivo de conscientizar e orientar o público universitário sobre as diversas formas de preconceito existentes nas relações de consumo e o modo de combatê-las. “A palestra foi interessante, porque é algo que acabamos passando em nosso dia a dia, só que não reconhecemos por questão de já ser algo estruturado na sociedade. Não temos a ciência de que isso está sendo agravado nas nossas vidas”, ressaltou a estudante de direito Ana Clara Bispo, 18.
Para Karen Menezes, 18, também estudante de direito, a palestra é super necessária, porque aborda um problema muito frequente em nossa sociedade. “É preciso termos uma noção do que significa o racismo e de como identificá-lo nas nossas relações. Essa palestra abriu muito meus olhos sobre o assunto. Antes, ainda não havia tido a oportunidade de participar de uma reflexão assim. Foi o meu primeiro contato mais aprofundado com esse tema em específico”, declarou.
Já Yuri da Silva Sacramento, 30, também colega de turma, enfatizou que todo conhecimento adquirido sobre racismo é imprescindível para a construção de uma sociedade melhor. “Penso que assistir palestras como essa, é fundamental, porque falar da consciência negra, hoje, é abordar vários temas referentes ao racismo, que, infelizmente, ainda estão presentes na sociedade. Descobrimos, aqui, muitos fatos históricos, que nem sabíamos”, disse.
As palestras foram proferidas pela assessora Uiara Lopes Umoja e pelo ouvidor Davi Pires Costa, ambos da Secretaria de Promoção da Igualdade Racial e Povos e Comunidades Tradicionais (Sepromi), visando construir uma consciência crítica quanto à prática do racismo e de preconceitos em geral. Além do debate, a atividade contou com a distribuição de materiais educativos com orientações para consumidoras/es.
Formação crítica
O coordenador do curso de direito da Unijorge, Luiz Carlos Lourenço, assinalou que trazer a reflexão sobre relações de consumo para a universidade possibilita que os alunos tenham um aprendizado diferenciado. “Possibilitamos que os alunos tenham uma formação crítica, analítica, que vai muito além do fato de simplesmente estar na sala de aula e receber os conteúdos. Esses agentes e essa palestra promovem a ampliação do conhecimento dos nossos alunos”, explicou o gestor.
A representante da Sepromi, Uiara Umoja, agradeceu o convite para falar sobre o tema. “É uma honra e tenho muito orgulho de estar aqui, dentro de uma universidade importante da Bahia, para refletir sobre esse tema. Quero agradecer a todas as pessoas que toparam esse investimento. Todas as vezes que vamos dialogar sobre racismo, fazemos um investimento na construção da intelectualidade de muitas pessoas. E esse investimento não tem preço”, afirmou Umoja.
Dia Nacional de Zumbi e Consciência Negra
O 20 de novembro é considerado um dia para reflexão e combate ao racismo e a todas as formas de preconceito. A data foi declarada feriado nacional aravés da Lei nº 14.759, de 21 de dezembro de 2023, inspirada na trajetória de Zumbi, um líder quilombola brasileiro, último dos líderes do maior dos quilombos do período colonial, o Quilombo dos Palmares.
Zumbi nasceu na então Capitania de Pernambuco, em região hoje pertencente ao município de União dos Palmares, no estado de Alagoas. O líder quilombola foi morto em 1695, na referida data (20/11), por bandeirantes liderados por Domingos Jorge Velho, um bandeirante paulista que se destacou como perseguidor de indígenas e de escravizados fugitivos. Velho liderou as tropas que destruíram o Quilombo dos Palmares. Atualmente, a trajetória de Zumbi é abordada em uma série de estudos que procuram reconstituir a biografia desse importante personagem da resistência à escravidão no Brasil.
Fonte: Ascom/SJDH