O Museu de Arte Contemporânea da Bahia (MAC Bahia), entidade ligada ao Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural da Bahia (IPACBa), autarquia da Secretaria de Cultura do Estado da Bahia (Secult-BA) tem o prazer de apresentar “Eu, Iroko”, uma experiência de performance concebida por Ingrid Hoelzl também conhecida como General Arka. O trabalho é parte integrante do projeto de pesquisa “Eu/Meus Orixás”, financiado pelo Ministério da Cultura e Mídia de Hamburgo, em colaboração com a Pós-Graduação em Artes Cênicas da Universidade Federal da Bahia e o Departamento de Arte Corporal / Grupo de Pesquisa “Ancestralidades em Rede”, da Universidade Federal do Rio de Janeiro.
A interação performática acontece nesta sexta-feira (22) e se desenvolve em torno de uma árvore no espaço externo do MA Bahia, onde troncos e braços – da árvore e da performer, se entrelaçam, acompanhados por Ojás – faixas brancas de pano usadas como ornamento ritualístico de Iroko. Enquanto isso, as vozes de Raquel Cascaes e Vóvó Cici de Oxalá transitam entre o ensino mítico e a automitografia, o encanto e o desencanto. “Eu, Iroko” busca liberar Iroko de um falocentrismo restritivo e defender sua fluidez de gênero, ressaltando sua natureza feminina e reconhecendo-a como um símbolo poderoso de fertilidade e conexão entre os vivos, os mortos e os não nascidos.
General Arka é o pseudônimo de Ingrid Hoelzl, renomada teórica da mídia, performer e diretora artística de General Humanity, além de Professora visitante da UFBA no Programa de Pós-Graduação em Artes Cênicas. Com uma abordagem única e provocativa, Ingrid incorpora suas experiências e pesquisas para criar performances que desafiam convenções e exploram novas formas de expressão artística.
“Eu, Iroko” surge da pesquisa da artista sobre a fluidez de gênero nos mitos e práticas rituais do Candomblé de Salvador. Iroko, venerado por alguns terreiros como Orixá e por outros como a principal árvore sagrada, é frequentemente associado à virilidade e à fecundidade masculina. No entanto, esta performance desafia essas concepções, destacando a conexão simbólica entre Iroko e a fertilidade feminina, bem como sua importância como um elo entre o céu e a terra, os vivos e os mortos. A performance é uma celebração da multiplicidade e da transcendência, representando a continuidade da vida e da ancestralidade para além do mundo material.
O MAC Bahia convida entusiastas da arte e da cultura a testemunhar essa performance, que promete provocar reflexões e inspirar uma nova compreensão da conexão entre o sagrado, o gênero e a ancestralidade.
Sobre o Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural da Bahia – O IPAC é uma autarquia vinculada à Secult-BA e atua de forma integrada e em articulação com a sociedade e os poderes públicos municipais e federais, na salvaguarda de bens culturais tangíveis e intangíveis, na política pública estadual do patrimônio cultural e no fomento de ações para o fortalecimento das identidades culturais da Bahia.
SERVIÇO
O que: Performance “Eu: Iroko”
Quando: sexta-feira, 22/03, às 17h
Onde: Área externa do MAC Bahia
Entrada gratuita