Após a finalização do Seminário sobre Mudanças Climáticas e Segurança Hídrica, realizado no auditório da Embasa, na terça-feira (19), a Bahia avança na elaboração de um documento intersetorial para tratar a questão das mudanças climáticas e segurança hídrica. O evento, organizado pela Empresa Baiana de Águas e Saneamento (Embasa) em parceria com a Secretaria do Meio Ambiente (Sema) e o Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Inema), resultou na elaboração desse documento.
A elaboração do documento envolveu intensas reuniões ao longo de um dia inteiro, com técnicos da Sema, Inema, Embasa e da Casa Civil. Durante o encontro, foram discutidos e alinhados os principais pontos que o Governo do Estado irá abordar e trabalhar no que diz respeito às mudanças climáticas e segurança hídrica. Durante o evento, a especialista em meio ambiente e recursos hídricos da Sema, Larissa Cayres, abordou o objetivo e a relevância do documento em discussão.
“Pretendemos com esse documento apresentar propostas conjuntas de ações, programas, projetos e planejamento em conjunto com a Embasa, a Sema e o Inema. Queremos aprimorar a gestão pública e as políticas para enfrentar e nos preparar para o cenário de mudanças climáticas que afetarão o meio ambiente de maneira significativa. Esse documento será um guia que orientará as ações da pasta ambiental, do instituto e de todas as instituições envolvidas nesse debate. A ideia é que as propostas contidas nele sirvam de diretrizes para essas entidades lidarem com os impactos resultantes das mudanças climáticas”, destacou Larissa.
No decorrer do Seminário, o diretor de Recursos Hídricos e Monitoramento Ambiental do Inema, Antônio Martins Rocha, informou os impactos das mudanças climáticas, a importância do Plano Estadual de Recursos Hídricos (PER) e a atuação da Embasa no fornecimento de água e saneamento na Bahia. Foram identificados cinco pontos prioritários para aprimorar a gestão de recursos hídricos e monitoramento ambiental: processos e procedimentos, segurança jurídica, integração institucional, gestão de dados e informações, e infraestrutura. Esses pontos foram abordados com ênfase na necessidade de fluxos claros, segurança jurídica, colaboração entre instituições, utilização eficiente de informações disponíveis e melhoria contínua da gestão e infraestrutura dos recursos hídricos.
“Na articulação, junto aos comitês, na propositura de diversos instrumentos de recursos hídricos dentro do estado da Bahia, e dentre eles nós podemos destacar o que a gente chama de carinhosamente de PER, que é o Plano Estadual de Recursos Hídricos. Quatro iniciativas também que estão sendo desenvolvidas pela Sema, onde fizemos questão de citar o inventário de emissão de gases de efeito estufa, o plano de ação climática”, ressaltou o diretor.
Na ocasião, o gerente da Unidade Socioambiental da Embasa, Thiago Hiroshi, abordou a questão da segurança hídrica em meio às mudanças climáticas. “As temperaturas extremas são cada vez mais comuns devido à intensificação dos fenômenos climáticos. Observamos estiagens severas, chuvas intensas e concentradas, e um aumento gradual das temperaturas. No Nordeste, espera-se uma redução das vazões de água, afetando a disponibilidade hídrica para uso humano e também para a agricultura ao longo do tempo. Além disso, são esperadas chuvas mais intensas, causando problemas como enchentes, alagamentos e questões relacionadas à qualidade da água. Essas mudanças climáticas apresentam desafios para as instituições responsáveis pelos recursos naturais”, reiterou Thiago.
O Seminário Mudanças Climáticas e Seguranças Hídrica teve como objetivo reunir especialistas e profissionais no debate sobre as mudanças climáticas e sua relação direta com a segurança hídrica.