O governador Rui Costa participou, nesta terça-feira (6), de uma edição da série de debates ‘E agora, Brasil?’, promovido pelos jornais O Globo e Valor Econômico. O painel, realizado em Brasília e transmitido ao vivo pelo canal do O Globo no YouTube, abordou os desafios que serão enfrentados pelo governo do presidente eleito Luís Inácio Lula da Silva, a partir de janeiro, incluindo os cenários econômico, político e social. A mediação foi dos colunistas Miriam Leitão e Merval Pereira. Também participaram outros integrantes da equipe de transição: Wellington Dias, ex-governador do Piauí e senador eleito; Marina Silva, ex-ministra do Meio Ambiente e deputada federal eleita; e Nelson Barbosa, ex-ministro do Planejamento e da Fazenda.
“A resposta para essa pergunta, ‘E Agora Brasil?’, é de uma amplitude muito grande. A primeira resposta e o primeiro grande desafio é pacificar e unir nosso país. É um grande desafio, não só do governo federal, mas de governos estaduais e, nessa pacificação, restabelecer o Pacto Federativo com a volta do diálogo entre a união e os estados, restabelecer a confiança no Brasil, a sua credibilidade internacional, que na minha opinião foi perdida ao longo dos nos últimos anos, mas é visível um novo olhar do mundo sobre o Brasil e isso vai se materializar em diversas áreas de investimentos e os primeiros sinais já se apresentam”, declarou Rui em sua apresentação inicial.
O debate seguiu com a participação de todos os convidados, com os mediadores abordando questões como orçamento, teto de gastos, segurança, meio ambiente e programas sociais. Perguntado sobre orçamento secreto, Rui destacou a eficiência na aplicação do dinheiro público. “No Brasil, hoje, se debate muito sobre teto de gasto. Na Bahia, nós fizemos a opção de discutir sobre a qualidade do gasto público. O orçamento secreto é negativo para o país sob todos os aspectos, não só nos aspectos morais e de transparência, mas sobre a escolha de como se gasta esse recurso”, afirmou o governador, citando exemplos bem-sucedidos da gestão estadual baiana, como as Parcerias Público-Privadas (PPPs).
No âmbito da defesa do estado democrático, a mediadora Miriam Leitão perguntou ao governador Rui Costa e ao senador Wellington Dias sobre como separar a questão do militarismo e do poder civil. Rui lembrou que, ao longo dos últimos quatro anos, a democracia não foi ameaçada diretamente pelas instituições militares e que o constrangimento social e a força da democracia foram maiores. Ele também sugeriu que, a exemplo dos países desenvolvidos, as Forças Amadas devem ser mantidas em seu papel original, atuando na defesa das fronteiras internacionais e aliadas ao desenvolvimento científico e tecnológico.
O debate foi encerrado com perguntas de jornalistas do Valor Econômico e com as considerações finais de cada um dos convidados. Rui agradeceu o convite e reforçou a importância da reconstrução do diálogo entre as instituições e com os setores produtivos do país para que seja criada uma estratégia de desenvolvimento para o Brasil.
Ascom: Vanessa/Repórter: Lina MagaliFotos: Luana Bernardino