O Samba de Mar Aberto com repertório misto das Ganhadeiras de Itapuã divertiu o público e comemorou a energia ancestral do grupo no Largo Pedro Archanjo, no Pelourinho, na noite desta terça-feira (13), último dia de Carnaval. No palco, as Ganhadeiras mostraram toda tradição, cultura, resistência e luta das mulheres baianas.
Verônica Mucúna, diretora de patrimônio e compositora, comentou sobre estar na folia do Centro Histórico.“É sempre importante, pois a Bahia é a alma, é coração. O Centro histórico é berço de muita cultura, ancestralidade pulsando”, contou.
A herança ancestral é pujante no grupo. Maria Hermelina Paranhos, presidente das Ganhadeiras, tem como parceiras de palco a neta Evelin Dias, e a bisneta Driele Louise Dias, que está grávida de sete meses de uma menina. “É uma tradição que a gente vai passando para os filhos, os netos, para toda a família. Essa é a energia das Ganhadeiras, essa é a nossa essência. A minha tataraneta está chegando e já tem até roupa de Ganhadeira pra ela”, contou Maria Hermelina.
A pluralidade cultural do Carnaval do circuito Batatinha fez com que o músico Janno Carvalho viesse de Feira de Santana para aproveitar a folia na capital. “Aqui a gente encontra atrações bacanas, diversidade de ritmos e toda tradição e cultura que só o Centro tem”, contou.
Formado por senhoras, crianças e músicos locais, o grupo surgiu em março de 2004, por meio de encontros musicais entre moradores, que buscavam resgatar tradições e preservar a memória cultural do bairro de Itapuã. Em 2020, as Ganhadeiras foram tema da escola de samba Viradouro, e levou a escola ao título de campeã do Carnaval do Rio de Janeiro naquele ano.
A atração fez parte da programação promovida pelo Governo do Estado, através da Secult da Secretaria de Cultura (Secult).