Foi enquanto assistia a um programa de televisão que Marta dos Santos, ex-aluna do Centro Estadual de Educação Profissional em Gestão e Tecnologia da Informação Álvaro Melo Vieira, em Ilhéus, teve uma ideia de produzir canudos de bioplástico para reduzir a quantidade desse material descartado no planeta, principalmente em mares e rios.
O que Marta ainda não sabia na época é que, após concluir o curso técnico, o projeto seria continuado pelos estudantes Felipe Messias, Amanda Silva e Stephanie Viana, que, orientados pela professora Margarete de Araújo, conseguiram desenvolver, à base de inhame, uma matéria-prima que pode substituir o plástico comum.
A professora Margarete afirma que o inhame, antes de ser estudado para criação de um bioplástico, já foi utilizado em um outro projeto, com o objetivo de produzir um repelente para o mosquito Aedes Aegypt. “O inhame é um tubérculo nutritivo, muito consumido no mundo, e apesar de existir mais de 600 espécies, apenas algumas são consideradas comestíveis. Ele é rico em amido e minerais como fósforo, cálcio e ferro, além de possuir vários componentes que servem de matéria-prima para fármacos. Na busca por produzir um novo tipo de plástico, nosso grupo utilizou amido do inhame, água destilada, glicerol e vinagre branco. A próxima etapa agora é realizar testes para comprovar a qualidade do material. Esperamos que o produto obtido possa contribuir com a redução da poluição no meio ambiente”.
Ainda segundo a professora, como o produto é formado por resinas biodegradáveis derivadas de fontes renováveis, ele não causa danos ao meio ambiente, porque a decomposição é mais rápida. “Quando as pessoas compram, elas levam os produtos para casa em embalagens, que, antigamente, eram feitas de papel. Hoje, são feitas de plásticos, materiais de grande durabilidade, sendo que alguns tipos podem permanecer por mais de 500 anos no meio ambiente. Uma das soluções possíveis para minimizar esse problema é substituir esses produtos por plásticos biodegradáveis, ou seja, materiais cujos componentes são derivados de fontes renováveis, ricos em celulose e amido, como é o caso do plástico à base de inhame”.
O trabalho está atualmente pausado devido à suspensão das aulas em virtude da pandemia de Covid-19, mas deve ser retomado assim que as atividades presenciais forem liberadas novamente. Além disso, o trio de estudantes está entre os finalistas da 19ª edição da Feira Brasileira de Ciências e Engenharia (Febrace), realizada na Universidade de São Paulo (USP), em uma grande mostra de projetos. O evento busca estimular novas vocações em ciências e engenharia através do desenvolvimento de projetos criativos e inovadores para aproximar as escolas públicas e privadas das universidades.
Bahia Faz Ciência
A Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação (Secti) e a Fundação de Amparo à Pesquisa da Bahia (Fapesb) estrearam no Dia Nacional da Ciência e do Pesquisador Científico, 8 de julho de 2019, uma série de reportagens sobre como pesquisadores e cientistas baianos desenvolvem trabalhos em ciência, tecnologia e inovação de forma a contribuir com a melhoria de vida da população em temas importantes como saúde, educação, segurança, dentre outros.
As matérias são divulgadas semanalmente, sempre às segundas-feiras, para a mídia baiana, e estão disponíveis no site e redes sociais da secretaria e da Fapesb. As recomendações de assunto que pode virar pauta deste projeto devem ser feitas pelo e-mail: comunicacao.secti@secti.ba.gov.br.
Fonte: Ascom/Secti