Nesta segunda-feira (12), penúltimo dia do Carnaval de Salvador, o Campo Grande se transformou em uma passarela para o Trio Pipoca das Pretas, que, sem cordas, arrastou uma multidão animada pelo Circuito Osmar na tarde de segunda-feira. Sob o comando de Ludmillah Anjos, Banda Yaya Muxima e Ayana Amorim, o Trio, em parceria com a Secretaria da Igualdade Racial (Sepromi), destacou a campanha “Aqui o Racismo Pula Fora”, com o objetivo claro de combater todas as formas de discriminação racial, divulgando os canais para denúncia e celebrando a cultura da paz na avenida.
A secretária Ângela Guimarães exaltou o Carnaval de respeito e inclusão representado na avenida por um trio sem cordas. “Esse é o tipo de carnaval que acreditamos, é o carnaval livre, sem divisões de quem pode pagar para entrar e quem não pode. É o carnaval com mais liberdade, mais contato com as pessoas e que fala para todos”.
A cantora da banda Yayá Muxina enfatizou: “Só existe carnaval porque existe mulher preta. Os blocos afros todos nasceram do ventre de mulheres negras. Então, nós, mulheres negras, sempre fizemos do carnaval o que ele é, mas lamentavelmente esse espaço não nos era dado. Este momento é de conquista, é o momento de chegar e dizer, ‘olha, isso aqui é nosso também’”.
Sem cordas e com autoestima tão grande quanto a maior festa popular do Planeta, o folião pipoca aproveitou o Trio das Pretas para brincar pacificamente no Carnaval de Salvador, que a cada ano se torna mais atrativo, seguro, democrático e inclusivo.
A psicóloga Rita Rodrigues expressou sua emoção: “É emocionante ver a mulher negra e o povo negro valorizados e incluídos nas políticas públicas que conquistamos com muita luta e guerra. Portanto, é importante o Carnaval com essa pegada da diversidade”.