A Bahia é estado mais negro do Brasil. Ao todo, em 2022, mais de 80% da população se autodeclara como preta ou parda. Os dados são de um estudo produzido pela Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais da Bahia (SEI).
Segundo o levantamento, o respectivo percentual é o maior entre os estados brasileiros e maior também do que os percentuais encontrados para o Brasil (55,9%) e a região Nordeste (73,9%).
De acordo com a pesquisa da SEI, em 2022, de forma mais específica, a população baiana era formada por 23,9% de pretos, 56,9% de pardos, 18,0% de brancos e 1,2% de indígenas, amarelos e pessoas sem declaração de cor ou raça.
O estudo mostra que, entre as atividades informais, normalmente mais precárias e instáveis, o trabalho doméstico sem registro em carteira, em terras baianas, tem a face das mulheres negras: nada menos do que 83,2% do total de domésticos sem carteira no estado em 2022.
A remuneração também ajuda a desnudar o desequilíbrio. O rendimento recebido por mês pelas pessoas ocupadas foi de R$ 1.685 para o conjunto da população, sendo maior para os brancos (R$ 2.225) do que para os negros (R$ 1.567 em média) – uma diferença de 41,9%.
Analisando a componente gênero, enquanto as mulheres brancas ganharam, em média, R$ 2.235, as mulheres negras auferiram apenas R$ 1.480 – ou seja, 51,0% maior para as brancas.